O Rio Grande do Sul tem, pelo menos, 385 municípios afetados por grandes enchentes, causadas por fortes chuvas que atingiram o estado gaúcho desde o início da semana passada. A capital do estado, Porto Alegre, e Canoas, a maior cidade satélite da região metropolitana, tem bairros completamente tomados pelas águas.
“É um filme de terror”
Cristiane Malinski, moradora de Canoas, teve que deixar sua casa. Em entrevista à CNN, ela falou sobre a situação calamitosa que tem passado. “Parece um filme de terror, tem muita gente que tem que ser salva, muito animal ainda. Não parem de mandar ajuda, pelo amor de Deus”, relatou.
Apesar de estar em segurança no momento, ela fala que sua família perdeu tudo. “A gente viu muita coisa, é filme de terror, é inacreditável, é inexplicável. A gente viu muitos, muitos bichos”, contou, emocionada.
Cristiane fez um apelo para que mais pessoas se envolvam na rede de solidariedade e ajuda humanitária. “Eu peço de coração que tenham compaixão, tem muita gente, com certeza, tem muitos animais”, disse. Ela também destacou a importância de coordenar os esforços para a ajuda chegar onde é mais necessária.
A moradora elogiou a solidariedade entre os próprios moradores de Canoas, com vizinhos ajudando uns aos outros, mesmo sem se conhecerem. No entanto, ressaltou que ainda é necessária mais ajuda externa para atender a todas as vítimas e animais em situação de risco.
Medo de saques e desabastecimento
Moradores do Rio Grande do Sul ainda enfrentam dificuldades após as fortes chuvas que atingiram o estado na última semana. Em entrevista à CNN, a enfermeira Vânia Gonçalves relatou a situação caótica em Canoas, cidade da região metropolitana de Porto Alegre. Gonçalves contou que, inicialmente, evacuou a área com os filhos, mas decidiu retornar para ajudar os moradores e evitar saques em sua residência.
Segundo a enfermeira, muitas famílias têm medo de deixar suas casas devido aos saques que ocorrem na região. “Retornei para casa, porque ali está um caos, está um caos. E os voluntários estão incansáveis”, relatou.
Gonçalves destacou a falta de água e alimentos nos abrigos. “Nos abrigos também precisam de água, não tem mais água, tem mais água para beber, água”, afirmou. Além disso, ela mencionou a necessidade de atendimento médico para voluntários e moradores que tiveram contato com a água poluída.
A enfermeira fez um apelo por ajuda humanitária. “A gente precisa, gente, de ajuda, ainda precisamos de ajuda de toda forma que vocês puderem ajudar, mantimentos, água, água, por favor, água”, pediu. Ela também ressaltou que não tem mais roupas e pertences, restando apenas “a roupa do corpo”.
Apesar da situação dramática, Gonçalves demonstrou determinação em ajudar o próximo. “Eu tenho vontade, eu tenho saúde, eu espero que o povo se sensibilize com isso que está acontecendo e venham ajudar a gente”, finalizou.
Fuga desesperada
O empresário Jefferson de Paula, morador de Canoas, relatou a situação desesperadora que as pessoas estão enfrentando devido às fortes chuvas que atingiram a região. Abrigado na casa do filho porque perdeu tudo, Jefferson descreveu a cena como uma “guerra”. “É medo, insegurança, tristeza. A gente não sabe o que será amanhã, quando a água baixará. Está bem complicado”, disse.
Ele contou que quando percebeu o perigo da inundação, pegou sua esposa e filha e foi para a casa do filho, que mora em uma área seca da cidade. Depois, voltou para buscar os cachorros, mas sua residência já estava parcialmente submersa.
“A água tomou conta muito rápido. Quando viramos para trás, ela já havia alcançado uma quadra a mais”, relatou. Jefferson afirmou que sua casa ficou totalmente submersa e acredita que não conseguirá aproveitar nada.
Segundo o empresário, algumas pessoas não acreditaram que a água subiria tanto e ficaram em suas casas. Quando não conseguiram mais sair, subiram para os telhados, gritando, batendo panelas e usando lanternas para pedir socorro. “É uma cena muito aterrorizante, de partir o coração”, descreveu, emocionado.
Ele também mencionou casos de pessoas se atirando na água para tentar nadar e relatos de desaparecidos nas redes sociais. “É muito difícil ver essa situação”, lamentou Jefferson.
Fonte: CNN Brasil
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