Uma cirurgia de correção do septo nasal, que traria esperança para um morador de Sorriso (395 km de Cuiabá) respirar mais aliviado, acabou se tornando um pesadelo. Durante o procedimento realizado no Hospital Cândido Portinari, o homem foi colocado em uma maca que, por algum motivo ainda não esclarecido, estava superaquecida e causou queimaduras graves nas nádegas do paciente.
A cirurgia foi realizada em 20 de dezembro de 2023, mas só veio à tona na última quarta-feira (24), após o auxiliar mecânico J. A. B., de 36 anos, registrar um boletim de ocorrência junto à Polícia Judiciária Civil. No documento policial, o paciente relatou que, no dia da cirurgia, foi colocado em uma maca que parecia esquentar.
Ele questionou os médicos sobre a temperatura, mas foi informado que era normal e então iniciaram o procedimento de aplicação dos anestésicos para sedar o paciente. A cirurgia durou cerca de duas horas.
No entanto, ao acordar, o homem estava se sentindo mal e foi informado que tinha uma queimadura na região das nádegas, mas que não era para se preocupar, pois já estava sendo cuidado. Ele relatou que sentiu como se estivesse sendo cozinhado por dentro.
Ele foi informado que as queimaduras sofridas são de segundo grau, mas com sensação de terceiro grau. Também foi orientado a passar pomada e fazer curativo.
O procedimento foi feito no hospital particular, mas custeado pelo município de Sorriso, por meio do Consórcio de Saúde. Em nota, o Hospital Cândido Porinari afirmou que durante o ato cirúrgico não houve intercorrências com a realização da cirurgia.
Ressaltou que, como em qualquer tratamento cirúrgico, são utilizados equipamentos com o intuito de assegurar a segurança do paciente, mas que foi identificada uma inconsistência mecânica no equipamento de controle da temperatura, a qual não acusou divergência no painel de controle do mesmo. Afirmou que diante dos fatos, o Hospital e a equipe médica prestaram todo suporte e auxílio ao paciente, porém "o mesmo abandonou o tratamento, não comparecendo mais ao hospital".
O paciente contestou a versão do hospital contida na nota e afirma que não parou o tratamento. O paciente acredita que o hospital esteja tratando a situação com descaso.
"Eles queimaram minha bunda e eu tenho que responder por isso? Eu não parei o tratamento. Fiquei indo, 8 km de distância, para fazer curativo e passar pomada. Eu tenho tudo em print. Do jeito que eles estão passando a pomada, eu mesmo passo em casa. Falei para minha esposa ir lá e pegar a pomada, mas a diretora falou assim para ela: 'nós não podemos arrumar a pomada, seu marido é para continuar vindo aqui é para ele esquecer advogado'. Eu já tinha passado o caso para o meu advogado. Eles não entraram em contato com advogado aí foi quando vi que já era um descaso", relatou a vítima, que tem ido à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para amenizar a dor. A vítima ainda destacou que está sem trabalhar e que teve que vender a moto. "Eles que paguem pelo dano que me causaram. Não é uma queimadura de segundo grau, é de terceiro. Tudo indica que eles esqueceram de colocar a manta na cama", emendou.
O caso foi entregue à Polícia Civil.
Fonte: ALEXANDRA LOPES
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