O presidente colombiano Juan Manuel Santos foi reeleito neste domingo no segundo turno das eleições presidenciais do país com 50,9% dos votos. O candidato apostava na continuidade do processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), enquanto o opositor Óscar Zuluaga, do Centro Democrático, que fez 45,04% dos votos, era o candidato do ex-presidente Álvaro Uribe e contrário às negociações com o grupo guerrilheiro.
As sessões eleitorais foram abertas às 8h (10h no horário de Brasília). A Agência Brasil constatou pouco movimento no começo da manhã, depois da comemoração de ontem da vitória na estreia da seleção colombiana na Copa do Mundo. A festa foi até o começo da noite, pois a lei seca, que entraria em vigor durante a partida de futebol, às 12h, só começou a vigorar às 18h.
Na saída dos locais de votação, eleitores evitaram comentar em quem tinham votado. "O voto é secreto", diziam. Somente um eleitor disse que votaria em branco:
— Não gosto de nenhum dos dois que estão aí.
A campanha de Santos ganhou adesões importantes essa semana, como a da ex-senadora e ex-refém das Farc, Ingrid Betancurt. Ela acha que quem sofre com guerra deve votar em Santos.
Do mesmo modo, o vereador Roberto Sáenz, irmão do ex-líder das Farc, Guillermo Alfonso Cano, abatido pelo Exército durante o governo de Santos, em novembro de 2011, aderiu a campanha de reeleição do presidente.
— Temos que superar a guerra e o perdão deve fazer parte do processo. Nós temos diferenças, mas eu acompanho [o presidente], de todo o coração (...) Apesar de não conseguir esquecer isso, eu o perdôo por ter matado meu irmão — disse Sáenz, durante um evento indígena e ambientalista em apoio à reeleição.
Mas a campanha de Óscar Zuluaga mantém adeptos fieis e a uma grande mobilização contrária à gestão de Juan Manuel Santos. Ontem foi realizada uma caravana em Bogotá e nas redes sociais. Defensores da candidatura do opositor, criticam a propaganda feita pelo governo em torno da paz.
"As Farc estão mentindo, já vimos isso", diz um internauta em um comentário. Outro diz: "Eu não vou votar em Santos, porque ele é incompetente". O candidato Zuluaga recebeu um atestado médico na última quarta-feira, com diagnóstico de laringite. Ele não teve atividades de campanha nos últimos três dias, e só voltaria a falar hoje.
O ex-senador Álvaro Uribe se manteve bastante ativo em suas bases eleitorais e nas redes sociais. Agora, ele denuncia a possibilidade de fraude eleitoral. A missão observadora da Organização dos Estados Americanos (OEA) acompanha a eleição e, na última sexta-feira, disse "que não estava preocupada" com as eleições no país. "Vimos um processo democrático e seguro", afirmou um comunicado da missão.
A votação aconteceu em clima de paz, com o cessar fogo anunciado pelas Farc na semana passada, repetindo a iniciativa do primeiro turno. A segurança, segundo o governo, é garantida por 246 mil policiais e militares.
Fonte: ZERO HORA
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