A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou na terça-feira (4) que os custos para combater a epidemia de novo coronavírus chegam a mais de US$ 675 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões). O valor solicitado pela direção do órgão será destinado para as operações internacionais de combate à doença e para o fortalecimento dos sistemas regionais de saúde.
O orçamento estratégico para o controle do surto de 2019-nCoV, apresentado pela organização em uma reunião do conselho diretor, é dividido em três frentes principais: a rápida resposta ao vírus, a melhoria de centros de saúde regionais e o fomento de pesquisas e inovação.
Os valores apresentados pela agência da ONU cobrem um período de três meses, entre fevereiro e abril de 2020. A OMS não detalhou qual a origem dos recursos.
A maior parte do dinheiro, quase 95% do montante, será direcionada para melhorias nos centros de saúde regionais e preparação dos países. São mais de US$ 640 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões) que serão investidos para apoiar as operações de combate ao surto do novo coronavírus.
"US$ 675 milhões é muito dinheiro, mas é muito menor do que a conta que teremos que pagar se não investirmos agora nesta preparação", disse nesta quarta-feira (5) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom.
Vulnerabilidade será critério
Segundo a OMS, cada país poderá receber uma porcentagem deste valor de acordo com a vulnerabilidade na resposta à epidemia. Para isso, a agência segue um protocolo que avalia a capacidade de preparação de cada país e separa em 5 níveis, o primeiro sendo o menos preparado e o quinto, o mais preparado.
Os países menos preparados, e com maior risco, deverão levar a maior fatia destes investimentos. Para eles, os valores deverão ser destinados para a compra de suprimentos básicos, além do treinamento de profissionais da saúde e do financiamento das forças nacionais.
Custos do 2019-nCoV
Pilares para preparação e resposta estratégica ao 2019-nCoV
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Valor em dólares
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Coordenação internacional e operações
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30.577.500
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Melhoria nas respostas dos países
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640.361.927
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Pesquisa e inovação
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4.741.000
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Total
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675.680.427
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Fonte: OMS
Pesquisa e Inovação
A OMS também prevê um orçamento para "acelerar pesquisas prioritárias e inovação", serão quase US$ 5 milhões (cerca de R$ 21 milhões) disponibilizadas para laboratórios internacionais e redes de pesquisa nas áreas de diagnóstico, vacina e tratamento contra o 2019-nCoV.
O valor também será destinado para a criação de plataformas comuns e procedimentos padronizados para o tratamento e identificação da doença.
As autoridades chinesas divulgaram o código genético do novo coronavírus para a atuação da comunidade científica. Essa informação é uma forma de contribuir com o trabalho de cientistas de todo o mundo a compreender melhor este vírus.
Na semana passada, um grupo de cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês) disse que devem ter as vacinas em até três meses. Austrália, Rússia e China também desenvolvem pesquisas nesta área.
Coordenação internacional
Para a organização de uma resposta rápida e estratégica a epidemia de novo coronavírus, a OMS anunciou a criação de equipes de trabalho e de coordenação internacional (IMST).
As IMSTs serão compostas por parceiros da organização e funcionários temporários deslocados para as regiões mais necessitadas. Ao todo, serão destinados US$ 30,5 milhões para a instalação destas equipes em diferentes países, mas ainda não foram apontados quais os destinos serão atendidos.
A China já registrou mais de 490 mortes por coronavírus e 24.363 casos confirmados, de acordo com o balanço divulgado do governo Chinês nesta quinta-feira (5). Ao menos 892 pessoas já se recuperaram do vírus.
Na semana passada, a OMS declarou que os casos do novo coronavírus 2019 n-CoV são uma emergência de saúde pública de interesse internacional. São milhares de infecções na China e em mais de 20 países.
O Brasil investiga ao menos 13 casos suspeitos da doença. De acordo com a pasta, os casos estão no Rio de Janeiro (1), São Paulo (6), Rio Grande do Sul (4) e Santa Catarina (2). O país adotou, no começo da semana, "estado de emergência em saúde pública" para poder viabilizar a repatriação de brasileiros que estão em Wuhan.
Destaques desta quarta (5):
Fonte: G1
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