As tarifas de 104% dos Estados Unidos contra importações da China passam a valer a partir da 1h01 desta quarta-feira (9) — pelo horário de Brasília —, conforme anunciado na véspera pela Casa Branca, em um movimento que escala a guerra comercial entre as duas maiores economias do globo.
Até o início de março, Trump já havia anunciado tarifas de 20% contra a China, citando que o país asiático não fez o suficiente para contar o fluxo de drogas ilegais aos EUA. Na semana passada, os EUA somaram mais 34% de taxas aos chineses, em meio aos países que receberiam tarifas recíprocas, totalizando 54%. Pequim revidou e anunciou a mesma taxa de 34% contra importados dos EUA. A resposta do republicano foi anunciar taxa adicional de 50% aos produtos da China, caso o gigante asiático não retirasse a taxa retaliatória de 34% até 13h de terça. Como a China não recuou, a taxa de 104% foi confirmada para entrar em vigor na madrugada desta quarta.
Os Estados Unidos importaram US$ 439 bilhões em produtos da China em 2024, sendo esta a segunda maior fonte de importações, atrás somente do México.
O governo de Trump havia estipulado até 13h de terça-feira (8) que a China recuasse em tarifas recíprocas. Pequim, no entanto, manteve a posição e classificou a atitude dos EUA como “chantagem”.
O Ministério do Comércio da China prometeu “tomar resolutamente contramedidas para salvaguardar seus próprios direitos e interesses” se os EUA implementarem as tarifas ameaçadas.
“A ameaça dos EUA de aumentar as tarifas sobre a China é um erro atrás do outro que mais uma vez expõe a natureza chantagista dos EUA. A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem em seu próprio caminho, a China lutará até o fim”, disse a declaração.
Em postagem na sua rede social, Trump disse na terça de manhã que a China quer fechar um acordo com os EUA, “mas não sabem como começar”.
“A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Isso vai acontecer! DEUS ABENÇOE OS EUA”, escreveu Trump na terça.
Na noite de sexta-feira (4), a China apresentou uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Segundo nota oficial do Ministério do Comércio chinês, as medidas norte-americanas representam “típica intimidação unilateral” e violam as normas estabelecidas pela OMC. O governo da China solicitou que os Estados Unidos suspendam imediatamente as sobretaxas.
Também na terça-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca afirmou que cerca de 70 países entraram em contato com Washington para iniciar negociações para reduzir o impacto da política tarifária do presidente norte-americano Donald Trump.
Mercados despencam
Em meio a todo esse imbróglio envolvendo as duas maiores economias do mundo, os mercados ao redor do globo despencaram.
O S&P 500 ficou abaixo dos 5 mil pontos pela primeira vez em quase um ano, com uma queda de 1,57%. Já o Nasdaq recuou 2,15% e o Dow Jones teve uma baixa de 0,84%.
Aqui no Brasil o dólar disparou e chegou a alcançar a marca dos R$ 6. No fechamento, a moeda norte-americana teve um avanço de 1,49%, cotada a R$ 5,9985 — maior valor de fechamento desde 21 de janeiro deste ano, quando encerrou a R$ 6,0313.
Retaliação Chinesa
Segundo a especialista em Ásia do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e sócia da Vallya Participações, Larissa Wachholz, a China pode estar se preparando para retaliar as recentes medidas impostas pelos EUA.
“Eles têm alguns instrumentos de retaliação, alguns analistas acreditam que têm mais oportunidades, mais nichos de retaliação do que antes”, afirmou.
A especialista destacou que as possíveis respostas da China podem incluir tanto medidas tarifárias quanto restrições à exportação de produtos importantes para os Estados Unidos, como terras raras.
Wachholz também destacou a possibilidade de barreiras não tarifárias, como restrições sanitárias para produtos agropecuários.
Fonte: CNN Brasil
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