O governo militar que deu um golpe de Estado em Mianmar fechou o principal aeroporto internacional do país, o de Yangon, até maio.
O gerente do aeroporto de Yangon, Phone Myint, disse à agência de notícias Reuters nesta terça-feira (2) que o aeroporto ficará fechado até maio, sem dar uma data exata.
O jornal "Myanmar Times" afirmou que a permissão para pousar e decolar foi revogada para todos os voos, incluindo os de socorro, até as 23h59 do dia 31 de maio.
O Conselho de Segurança da ONU vai se reunir nesta quinta para debater o golpe militar no país asiático, que faz fronteira com China, Bangladesh, Laos e Tailândia no sudeste da Ásia.
Antes da reunião, a China, que tem direito a veto no Conselho de Segurança e foi uma das poucas potências mundiais a não condenar a tomada de poder, afirmou que o mundo deve contribuir para a estabilidade de Mianmar.
Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, disse que todas as ações da comunidade internacional devem contribuir para a estabilidade política e social de Mianmar, para evitar o aumento das tensões.
Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia pedido pressão internacional para que militares de Mianmar "renunciem imediatamente" após o golpe.
Golpe militar
Os militares derrubaram o governo eleito do país, tomaram o poder e prenderam a prêmio Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi, o presidente do país, Win Myint, e outros líderes civis nesta segunda-feira (2).
Os militares alegam "enormes irregularidades" mas eleições legislativas de novembro, vencidas por ampla maioria pelo partido de Aung San Suu Kyi, o NDL, e dizem que vão organizar uma votação "livre e justa" após o estado de emergência.
O Exército anunciou um estado de emergência por um ano e que o general Min Aung Hlaing, chefe das Forças Armadas, será o presidente em exercício. "Colocaremos em funcionamento uma autêntica democracia pluripartidária", afirmaram os militares em um comunicado.
Décadas de ditatura
O golpe ocorreu sem atos de violência e poucas horas antes da primeira sessão do Parlamento eleito em novembro. A votação foi a segunda eleição geral do país desde 2011, quando a junta militar que governava o país foi dissolvida.
Em 2015, a NDL também venceu por ampla maioria, mas se viu obrigada a compartilhar o poder com o Exército, que controlava três importantes ministérios (Interior, Defesa e Fronteiras).
Fonte: G1
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