Três anos depois da Copa do Mundo de 2014, a obra do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), de Cuiabá, que já consumiu mais de R$ 1 bilhão, ainda precisa de mais dinheiro para ficar pronta.
Seis quilômetros de trilhos foi o que sobrou da maior obra de mobilidade urbana da Copa do Mundo de 2014, em Cuiabá. A Copa passou e os trens nunca circularam para atender a população. Estão parados no pátio da concessionária ao relento. A situação vem se arrastando desde 2012, quando as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos começaram. O projeto prevê 22 km de trilhos em duas linhas: uma liga o aeroporto, na cidade vizinha de Várzea Grande, à Zona Norte de Cuiabá. A outra liga à Zona Sul ao centro de Cuiabá.
O consórcio responsável pela obra foi contratado no governo de Silval Barbosa, do PMDB. O orçamento inicial era de R$ 1,477 bilhão, segundo a Secretaria Estadual das Cidades – R$ 1,66 bilhão já foram pagos. Quando o governador Pedro Taques, do PSDB, assumiu o governo de Mato Grosso, o consórcio pediu mais R$ 1,135 bilhão, o governo não concordou e o caso foi parar na Justiça.
Agora, o governo do estado chegou a um acordo com o consórcio para a retomada das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos, mas como o contrato estava sendo questionado na Justiça, o acordo foi encaminhado para os Ministérios Públicos Federal e Estadual. A conclusão da obra também depende da desapropriação dos imóveis no trajeto do VLT. Os processos de 128 imóveis já foram concluídos, mas ainda faltam 220.
Enquanto a obra não termina, quem sofre é a população que paga a conta e enfrenta congestionamentos nos horários de pico.
RESPOSTAS
Em nota, o Consórcio VLT disse que se empenhou para que o acordo com o governo de Mato Grosso fosse fechado e que espera que a retomada das obras ocorra o mais brevemente possível.
Os Ministérios Públicos Federal e Estadual se manifestaram contra o acordo apresentado, que prevê o pagamento de R$ 922 milhões para conclusão da obra. Os procuradores dizem que há incoerências nos valores apresentados para terminar o projeto.
O governo Pedro Taques, do PSDB, declarou que a obra parada gera muito custo. Segundo a Procuradoria-Geral do Estado, são R$ 16 milhões por mês entre manutenção dos trilhos e trens e pagamentos de juros e parcelas dos empréstimos contraídos. A Justiça Federal aguarda manifestação das partes no processo.
Em nota, a defesa do ex-governador Silval Barbosa, do PMDB, negou qualquer participação do cliente em eventuais irregularidades nas obras e informou que vem prestando aos órgãos competentes os esclarecimentos solicitados.
Fonte: G1
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