O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), o ex-governador e atual senador Blairo Maggi (PR) e o deputado estadual José Geraldo Riva (PSD) devem depor como testemunhas de defesa no processo da Quinta Vara da Justiça Federal em Mato Grosso referente a crimes financeiros e lavagem de dinheiro investigados na operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal.
O processo tem como réus o ex-secretário de estado Éder Moraes (PMDB), sua esposa Laura Tereza da Costa Dias, o ex-secretário-adjunto do Tesouro estadual, Vivaldo Lopes, e o superintendente regional do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol.
Preso há mais de 40 dias no Distrito Federal, Éder é apontado como o operador político de um esquema de crimes financeiros cometidos a partir de um “banco clandestino” operado pelo empresário Gercio Marcelino Mendonça Júnior, o “Júnior Mendonça”, delator premiado do caso e que já depôs ao juiz Jeferson Schneider no último dia 3, data da primeira audiência de instrução do processo. Éder teria atuado como operador político do esquema desde o governo do atual senador Blairo Maggi.
De acordo com a secretaria de comunicação da Justiça Federal em Mato Grosso, o governador Silval Barbosa e o senador Blairo Maggi foram arrolados pela banca de advogados de Éder para defendê-lo no processo. Silval ainda não foi notificado para comparecer à Justiça, informou um de seus advogados. A reportagem não conseguiu contato com o senador Maggi para tratar do assunto.
Testemunhas de defesa
Arrolados como testemunhas pela defesa de Éder, o governador Silval e o senador Blairo também figuram como investigados na mesma operação Ararath.
Silval já se manifestou à imprensa sobre a operação, declarando que Júnior Mendonça sabidamente atuava como um "banco". Já o senador Maggi não apareceu em eventos públicos - nem mesmo na convenção de seu partido para a eleição deste ano - desde que seu nome figurou na investigação.
Seus depoimentos devem ser colhidos na sede da Justiça Federal, em Cuiabá, a partir do dia 24, quando se inicia a etapa de depoimentos das testemunhas de defesa na instrução da ação penal.
Éder deve acompanhar as audiências – que devem durar quatro dias, segundo previsão dos advogados – por meio de videoconferência direto da carceragem da Papuda, no Distrito Federal, para onde foi levado após ser preso pela PF na capital mato-grossense no dia 20 de maio. Investigado e também preso no mesmo dia, mas liberado três dias depois, o deputado José Riva também deverá comparecer à sede da Justiça Federal a partir do dia 24.
Riva recentemente se lançou candidato do PSD ao governo do estado 40 dias após sua prisão. O parlamentar foi arrolado pelo advogado Ulisses Rabaneda como testemunha de defesa de seu cliente, o ex-secretário-adjunto do Tesouro estadual, Vivaldo Lopes.
Segundo Rabaneda, Riva foi escolhido porque compôs, assim como Vivaldo, a diretoria da Associação de Amantes do Futebol e Amigos do Mixto (Afam), entidade criada em 2009 para auxiliar o clube de futebol Mixto Esporte Clube - um dos mais tradicionais de Cuiabá - a escapar da ruína financeira.
Vivaldo figura como réu na ação que tramita na Quinta Vara Federal porque parte das transações financeiras ilegais determinadas por Éder Moraes e executadas por Júnior Mendonça teria como destinatário o ex-secretário-adjunto.
Rabaneda já defendeu seu cliente afirmando que ele prestou serviços de consultoria financeira ao Mixto e, pelo trabalho, foi devidamente pago, de forma que a transação não configurou qualquer irregularidade. O deputado Riva informou à reportagem que ainda não foi notificado para comparecer como testemunha à Justiça Federal.
Fonte: G1 MT
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