O município de Querência possui o maior PIB do Vale do Araguaia. Foi também a cidade de Mato Grosso em que a população mais cresceu na última década. São números que levam a pensar que sobra dinheiro na cidade. Porém, com o crescimento populacional, aumenta também a demanda por serviços, como educação e saúde e, conforme o prefeito Fernando Gorgen, nem sempre o poder público consegue acompanhar no mesmo ritmo.
Em entrevista coletiva, no final do ano passado, Gorgen disse que para a Prefeitura, a demanda do crescimento é imediata, mas o retorno do imposto advindo da melhora na economia só vem dois anos depois. “Então, se aumenta a área agrícola, o que é bom, cresce também a necessidade de manutenção das estradas. E isso é imediato. Mas o aumento da arrecadação só vem depois. É um desafio”, disse Fernando.
Em 2010, Querência tinha 13.033 habitantes, mais que dobrando em 2022, para 26.769, um crescimento de 105,39%. Isso significa que também dobrou, no mínimo, a necessidade de vagas em escolas, demanda na saúde e outros serviços públicos. “Muita gente acha que a Prefeitura de Querência está nadando em dinheiro. Não é bem assim. Se a população cresce, se a agricultura cresce, ao mesmo tempo crescem também as necessidades e as despesas”, acrescentou.
O boom econômico que vive Querência, com um PIB superior a R$ 4,5 bilhões em 2022, acaba atraindo muitas famílias, que sonham com uma vida melhor. “Alguns vem para cá e acham que aqui jorra leite e mel. Com o aumento populacional, a construção civil também não consegue acompanhar e o aluguel das casas sobe. Assim, muitas famílias tem dificuldades com o orçamento e acabam caindo na assistência social da Prefeitura, elevando novamente as despesas”, colocou.
Gorgen também explicou que Querência tem muita vaga de emprego com bons salários, mas acontece que trabalhadores não conseguem ocupar essas vagas por falta de capacitação. “Tem muita vaga, mas às vezes a pessoa fica desempregada ou se sujeita a um emprego que paga menos porque ela não tem qualificação. Hoje a tecnologia tomou conta, inclusive no agronegócio. Então precisa ter qualificação para ganhar bem”, disse.
Mas não são somente os serviços privados ou públicos municipais que são pressionados pelo crescimento econômico e populacional. Serviços públicos estaduais e federais também tem dificuldades em acompanhar a demanda. “Na questão da segurança pública, quando Querência tinha 13 mil pessoas, tinha 18 policiais militares e já era pouco. Agora temos 26 mil habitantes e somente 26 policiais. Ou seja, na proporção falta mais ainda”, disse.
Apesar dos desafios, Fernando disse que o crescimento gera desafios, mas são desafios que todo prefeito quer. “Pra não ter demanda, não pode crescer. Mas todo prefeito prefere que seja preciso construir uma nova escola do que fechar uma sala de aula por falta de alunos. O que não pode é um prefeito ficar parado, porque daí ele não dá conta de atender a demanda. É preciso correr atrás, buscar recursos estaduais e federais para conseguir atender a população”, finalizou.
Fonte: O Pioneiro
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