Os médicos da rede pública de Cuiabá retomaram as atividades há cinco dias, após suspenderem a greve da categoria que durou 50 dias, mas pacientes que precisam de atendimento reclamam da falta desses profissionais e também de exames simples nas unidades de saúde. Na manhã de segunda-feira (2), por exemplo, pacientes procuraram a Policlínica do Coxipó depois de terem tentado consultas em outros estabelecimentos de saúde da capital. A recepção ficou lotada e a espera foi grande.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde de Cuiabá admitiu que algumas unidades estão sem médicos.
Na policlínica do Coxipó havia dois clínicos gerais e um pediatra para atender na manhã desta segunda-feira (2). O soldador Elzo Gonçalves Feliciano está com o tornozelo trincado em dois lugares e precisa de encaminhamento para cirurgia. "Eu tenho que aguardar ser chamado pelo médico. Mas o que me preocupa é que tem muita gente, então eu não sei que horas vou sair daqui hoje”, disse.
Antes de chegar à policlínica do Coxipó, Feliciano passou por outros dois lugares. “Por volta de 7h passei no Pedra 90, na policlínica, e não tinha nem portaria lá. Não tem ninguém lá. Daí, mais próximo dali, no Pascoal Ramos, também não tem médico”, contou.
A unidade de saúde do Coxipó também foi a segunda parada da dona de casa Karolaine Molina dos Santos, que está acompanhando o marido que está com dores e febre. “Fomos ao postinho do Parque Cuiabá. Lá infelizmente informaram que não está tendo o clínico e nem pediatra porque eles pediram demissão. Os dois”, disse.
No Posto de Saúde da Família do bairro Pedra 90, a coordenação informou que o atendimento médico voltou ao normal nesta segunda-feira (2), com dois médicos generalistas.
Ainda na manhã desta segunda-feira (2), na Policlínica do Bairro Pedra 90 havia poucas pessoas na recepção. E só pais com crianças, porque na parte da manhã havia somente um pediatra. Mas, ao observar o quadro de médicos de todos os dias da semana, é possível perceber que faltam pelo menos três profissionais.
A dona de casa Vanessa Salomão da Silva levou a filha Maria Eduarda, de dois meses, ao PSF do Pedra 90, e conseguiu atendimento. A menina vai precisar fazer raio-x dos pulmões, mas o exame não pode ser feito na unidade, e as duas terão que ir para a Policlínica do Coxipó. “Falaram que se for fazer o raio-x é só no Coxipó. E dizem que no Coxipó não tem pediatra”, disse Vanessa.
No Centro de Saúde do Quilombo, apesar da reforma do prédio o atendimento ali também fica comprometido com a falta de profissionais, como técnico de enfermagem, vigilante e recepcionista, informou o presidente do bairro, Paulo Victor Soares da Silva. "A gente atende toda a região aqui como Quilombo, Santa Helena, Araés, o Santa Amália. São mais de oito bairros contemplados com o atendimento”, declarou.
As salas de curativos, exames e vacinação foram desativadas porque também falta material. A única vacina disponível é a da campanha contra a gripe. A esperança é que o centro seja transformado em Programa da Saúde da Família para o atendimento à comunidade melhorar.
“[Esperamos] Que tenha mais agente comunitário de saúde, porque só tem um. Ampliar isso para estar atendendo a todos os outros bairros. Porque só tem um para mais de 12 mil, 15 mil moradores que são contemplados aqui nos arredores”, explicou.
Outro lado
Em nota, a prefeitura de Cuiabá disse que no PSF do Pedra 90 há um clínico geral e que na policlínica do Pascoal Ramos tem pediatra, mas que falta clínico. O Centro de Saúde Parque Cuiabá tem um clínico geral e um ginecologista, enquanto outro médico pediu demissão.
No Coxipó, o clínico geral foi transferido e outro está sendo contratado. Foram feitas 20 novas contratações, segundo a pasta municipal.
Fonte: G1 MT
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