Mais de 700 funcionários da Organização Social de Saúde (OSS) São Camilo, que administra o Hospital Regional de Rondonópolis "Irmã Elza Giovanella", devem começar a receber o aviso prévio na semana que vem.
Segundo o Sindicato dos Médicos de Rondonópolis, o contrato da São Camilo Saúde com o Governo do Estado termina no próximo dia 30 de junho e a Secretaria de Estado de Saúde não estaria dando sinais de que vai renová-lo.
A situação está tirando o sono de médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da unidade de saúde que realiza mais de 540 cirurgias por mês pelo SUS, além de cerca de 1.000 atendimentos de urgência e emergência. O hospital é a referência para pacientes de 18 municípios da região Sul de Mato Grosso.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos e diretor-clínico do hospital, Eduardo Nogueirol dos Santos, a São Camilo vem, mensalmente, desde novembro do ano passado, notificando a Secretaria de Saúde para o vencimento do contrato.
“O contrato vence no dia 30 de junho e não pode ser prorrogado. A Secretaria de Saúde deveria fazer um novo chamamento público, mas também já não há tempo hábil para isso”, afirmou o médico, por telefone.
Se o Governo do Estado não lançou uma nova licitação, de acordo com Nogueirol, estaria pretendendo fazer a administração direta do hospital a partir de 1º de julho.
“Ou o Governo não sabe o que fazer, ou quer fazer a administração direta. Se for essa a opção, o Estado vai levar o hospital ao caos, já que todas as compras e contratos foram feitos prevendo o funcionamento da unidade até o dia 30 de junho. O atendimento de centenas de pessoas será prejudicado”, afirmou.
“É simplesmente incompreensível essa atitude da Secretaria de Saúde, que está tirando o sono das famílias de todos os trabalhadores do hospital”, disse.
A São Camilo Saúde administra o Hospital Regional de Rondonópolis desde o dia 1º de julho de 2011. Ela recebe cerca de R$ 4,5 milhões por mês para pagar o pessoal e oferecer os serviços a pacientes do SUS. O hospital possui 118 leitos ativos e atende 100% pelo Sistema Único.
A Organização Social não obtém lucro monetário com o contrato com o Governo de Mato Grosso. Seu interesse é, ao oferecer 800 internações (AIH) ao Sistema Único de Saúde, manter o status de fundação filantrópica e continuar oferecendo serviços particulares em hospitais nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo.
Em Mato Grosso, ela também administra o Hospital Municipal de Nova Mutum (240 km de Cuiabá).
Outro lado
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde afirma que o contrato com a Fundação São Camilo termina no final do mês de julho – e que estaria em negociação para prorrogá-lo por um ano.
Segundo a secretaria, um termo de referência está sendo elaborado “para a realização de um chamamento público, que deverá ser lançado nos próximos dias”.
Em entrevista recente, o governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que o Governo ainda não definiu de que forma pretende administrar os sete hospitais regionais de Mato Grosso.
“Temos três modelos que estão sendo ou serão testados: organizações sociais, porque não se pode generalizar, já que existem organizações sociais sérias; a criação de uma empresa mato-grossense de administração hospitalar, nos moldes da Empresa Cuiabana de Saúde; e o último, através de consórcios. Esses modelos vão competir para saber qual vai dar o melhor atendimento”, afirmou.
Fonte: Midia News
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