Crianças com microcefalia serão monitoradas em Mato Grosso. O estudo será desenvolvido no município de Tangará da Serra (242 quilômetros de Cuiabá), por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em parceria com o Ministério da Saúde e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por um período de dois anos com 100 crianças.
Para a pesquisa, a professora do curso de Enfermagem da Unemat e Doutora em Medicina Tropical Ana Cláudia Pereira Tersas diz que foram selecionadas crianças com microcefalia, crianças cujas mães tiveram vírus da zika na gravidez e crianças sem alterações e que as mães também não apresentaram alterações.
“Trata-se de uma doença muito nova e é preciso conhecer o impacto dela nas nossas crianças para poder dar um atendimento de qualidade”, disse Ana Cláudia.
Somente em Tangará segundo a professora foram 1.340 notificações de microcefalia, nove casos confirmados e cinco vivos em acompanhamento. “Devem participar da pesquisa todos os bebês que nasceram com microcefalia e bebês cujas mães que tiveram vírus da zika durante a gestação, que foram 35 em Tangará da Serra, e uma porcentagem de bebês que nasceram sem alteração”, acrescentou a pesquisadora
Os dois anos de acompanhamento segundo Ana Cláudia é porque nesta fase de dois anos que as crianças desenvolvem as habilidades neurológicas e motoras. A pesquisadora confirmou que a primeira coleta nas crianças estudadas começou a ser feita na semana passada, serão duas coletas ao ano.
“A meta deste estudo é saber se o problema é apenas a microcefalia, ou se haverá outros problemas futuramente”, disse.
A doença é transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue, febre amarela e febre chikungunya. Dados da Secretaria de Estado de Saúde apontam que neste ano, até o final de janeiro o Estado registrou apenas uma notificação de microcefalia na cidade de Querência.
Entretanto até 31 de dezembro de 2016 foram notificados 351 casos, segundo as definições do Protocolo de Vigilância para recém-nascido, natimorto, abortamento ou feto. Os casos foram notificados por 57 municípios com distribuição ampla, entretanto permanecendo a maioria concentradas na região Centro-Sul do Estado, 31,9% (112) em Rondonópolis, 16,5% (58) em Cáceres, 13,4% (47) na capital e os 38,2% restantes com distribuição dispersa.
Dos 351 casos em 2016, 105 permanecem em investigação, 52 foram confirmados e 151 descartados. As cidades com mais casos confirmados são Rondonópolis com 20, Cuiabá com 10 casos e Cáceres e Várzea Grande com quatro casos. Do total de casos notificados 7,1% (25) evoluíram para óbito após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Não houve notificação de óbitos em 2017.
Fonte: Diário de Cuiabá
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