Durante o segundo dia de atendimentos na cidade de Gaúcha do Norte, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizou teleperícias com os segurados que estão em busca de benefícios previdenciários ou assistenciais administrados pelo Governo Federal. Pela primeira vez, os moradores que não puderam se deslocar até uma agência do INSS para passar pela perícia presencial, puderam ter acesso ao procedimento obrigatório realizado pelo médico habilitado pelo INSS de forma remota.
O técnico de seguro social, Benedito Jorge da Silva, foi o servidor que auxiliou os moradores na hora da teleperícia e destacou que não há agência do INSS na região.
"Nós estamos em um município que está a 263 km de uma agência do INSS e, nesta agência, não são realizadas perícias nem avaliação social. Então, a pessoa teria que ir até a capital, a quase 600 km de distância, para fazer uma perícia médica. E, como sabemos que a perícia médica está congestionada, nós conseguimos realizar a teleperícia aqui no município, evitando deslocamento e transtornos da população", explicou Benedito.
A dona de casa Maria Bárbara da Silva e seu filho Wendell Arthur Silva Rosiak, de 14 anos, aproveitaram a oportunidade para dar andamento ao processo de solicitação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) do menor de idade. Eles moram na comunidade rural Estrela do Norte que fica a 40 km da sede do município de Gaúcha do Norte, onde não há sinal de telefone, nem internet.
"Nós não temos carro e só andamos de carona. Lá onde a gente mora, tem que andar 3 km pra dar sinal de internet. A moça do CRAS mandou uma mensagem e eu só consegui responder no final da tarde. Eu não podia perder essa oportunidade de fazer a perícia, a prefeitura mandou um motorista e agora a gente conseguiu ser atendida. Tenho fé de que o auxílio do meu filho vai sair. Com esse dinheirinho, vou poder comprar comida, roupa e as coisinhas dele", disse Maria.
Foto: Alair Ribeiro
A diarista Veralucia Monte da Silva, de 63 anos, também fez a teleperícia. Ela está pleiteando o benefício por incapacidade temporária, também conhecido como auxílio-doença, por conta de problemas na coluna que a atrapalham a seguir trabalhando. Natural do Ceará, mãe de 8 filhos, dona Veralucia está morando em Gaúcha do Norte há 13 anos e atualmente mora sozinha e mal consegue se sustentar.
Foto: Alair Ribeiro
"Os meus filhos estão todos pelo mundo e também não têm como me ajudar. Não tenho casa, tenho que pagar aluguel, água, luz. Trabalho pra comprar remédio, sempre estou indo à farmácia tomar injeção e sempre o pessoal do CRAS me dá cesta básica. Quando o auxílio sair vai me ajudar muito. É uma benção vocês estarem aqui", comemorou Veralucia.
Fonte: TJMT
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