Ao longo do tempo, o Brasil foi adquirindo propriedade para falar sobre o agronegócio, pois nos últimos anos o país tem chamado a atenção do mundo para a capacidade de produzir alimentos, sendo inclusive considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o futuro “celeiro do mundo”.
Essa capacidade se deve, principalmente, as vantagens naturais que o Brasil possui, como clima adequado para o plantio de diversas culturas, solo fértil, disponibilidade de água, biodiversidade, energia solar e competência do produtor rural brasileiro. Outros fatores também contribuem nesse aspecto, como o constante investimento por parte dos produtores em novas tecnologias para o auxílio na eficiência produtiva.
No entanto, mesmo dispondo dessas vantagens, a atividade agrícola no Brasil vem se tornando cada vez mais complexa. Com a abertura do mercado externo e as constantes mudanças nos hábitos de consumo da sociedade moderna, o meio se tornou dinâmico e, o produtor passou a competir não mais com os vizinhos de cerca, mas com os produtores de outros países que possuem, normalmente, economia e sistema de governo completamente diferentes do Brasil.
Além das dificuldades da competitividade, o produtor precisa administrar outros fatores que fazem com que o custo de produção se torne cada vez maior. Entre os itens que compõem esse custo, a logística certamente é o que mais tem dificultado a vida dos produtores. A falta de investimentos por parte do governo em modalidades de transporte mais eficientes e baratas faz com que o produtor seja dependente, quase que exclusivamente, do modal rodoviário para a escoação da produção. Por ser um dos meios mais caros, o impacto no retorno do negócio é grande.
Esses obstáculos impactam tanto a atividade que foi criado um nome genérico para classificá-los, o famoso “Custo Brasil”, que já é conhecido e comentado em outros países. Um estudo realizado pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul – Farsul revelou que grande parte dos produtores gaúchos pagam mais caro para levar a soja que produzem até o Porto de Rio Grande, do que é pago para levar essa mesma carga de Rio Grande até Xangai, na China.
Mesmo sendo noticiado frequentemente que o setor agropecuário está com um bom desempenho e tem contribuído para a economia do país, a realidade enfrentada atualmente pelo produtor rural não tem sido muito favorável. O mercado não tem oportunizado grandes possibilidades de ganho e as dificuldades que impactam diretamente os custos de produção têm influenciado cada vez mais o desempenho da atividade, deixando claro que não há mais espaço para erros de gestão. Os produtores precisam começar, o quanto antes, a buscar ferramentas para otimizar a performance de seus negócios.
Normalmente, o produtor rural está habituado a concentrar esforços na melhoraria de sua eficiência produtiva e, certamente, tem obtido êxito. Os dados mostram a produtividade média das principais culturas cultivadas no Brasil, que em um curto espaço de tempo, aumentou significativamente. Porém, preocupar-se apenas com a produção já não é mais o suficiente, visto que o cenário atual exige que o produtor esteja atento a todos os fatores que envolvem o negócio. Em uma atividade onde as margens se tornam cada vez menores, e diversas variáveis podem influenciar o seu desempenho, um pequeno detalhe pode ser o divisor de águas entre o sucesso e o fracasso, como também entre o lucro e o prejuízo.
Diante desse cenário, não há dúvidas de que o produtor precisa buscar ferramentas que lhe forneçam suporte na gestão do seu negócio. É necessário que ele comece a se preocupar em melhorar sua eficiência administrativa. Nós da Safras & Cifras, empresa que há 26 anos assessora produtores rurais na gestão do seu negócio, vemos os pilares da administração - planejar, organizar, dirigir e controlar - como fatores determinantes nesse aspecto, sendo que um depende do outro para que o processo administrativo seja eficiente e alcance os objetivos esperados.
Quem conhece a realidade do agronegócio certamente já observou que o produtor rural desempenha as ações de planejar, organizar e dirigir quase que instintivamente, pois elas fazem parte da rotina da propriedade. Já o controle, na maioria dos casos, é deixado de lado pelos administradores rurais e isso normalmente é um dos causadores do fracasso da atividade, pois o gerenciamento dos custos e a avaliação dos resultados são ferramentas indispensáveis para mensurar a situação da empresa em termos de retorno financeiro.
Sem ter em mãos as informações cruciais do negócio, o gestor não tem um amparo confiável para a tomada de decisão, fazendo isso muitas vezes empiricamente, baseado na experiência que adquiriu ao longo dos anos e não na realidade da empresa. No entanto, o atual momento do agronegócio não permite mais esse tipo de gerenciamento, pois as mudanças são constantes e os custos têm impactado cada vez mais o desempenho das atividades econômicas dentro das propriedades.
Por isso se faz cada vez mais necessário uma profissionalização por parte dos produtores no que tange os sistemas de controle implantados na atividade, pois sem conhecer a realidade destes dados se torna difícil para o administrador manter a saúde financeira em tempos de grandes dificuldades e incertezas.
Fonte: Por: Charles Daneberg
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