Dia 31 de Outubro marca a história da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Martim Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483, na cidade de Eisleben, Alemanha. Em sua vida de estudante aos 22 anos, a pedido do seu pai, passou a estudar direito na Universidade de Erfurt. Lutero havia estudado latim desde muito novo, ao frequentar a biblioteca da universidade, encontrou uma Bíblia escrita em latim. Interessado por seu conteúdo, leu com atenção!
O jovem via na Bíblia a melhor maneira de conhecer a Deus. De casa, tinha aprendido que Deus é um juiz severo, sempre pronto para castigar as pessoas por seus pecados. Seu medo era tão grande que decidiu abandonar a faculdade de direito e se tornar monge. Ao retornar de uma visita a seus pais, uma tempestade o surpreendeu no caminho. Chegando em casa, um raio o jogou no chão. Com medo de morrer, Lutero fez uma promessa: “caso chegasse vivo, em casa, se tornaria monge”.
Contrariando o pai, Martim Lutero deixou a carreira de advogado para ingressar na ordem monástica dos agostinianos eremitas. O convento daquela ordem era muito rigoroso. O monge agora, procurava ser perfeito em tudo, mas nunca sabia se já tinha feito o suficiente para merecer o perdão de Deus. Esta angústia o acompanhou até o dia em que lendo a carta de Paulo aos Romanos 1.17. “O justo viverá por fé”. Foi então que Lutero compreendeu, que Deus perdoa as pessoas por meio da fé em Jesus Cristo e não por algo que elas possam fazer ou vir a merecer. A paz passou a habitar em seu coração! Aliviado, entendeu que não precisava mais ter medo de Deus, porque Deus é amor! Deus nos aceita com nossas fraquezas e defeitos e, por meio da fé em Jesus Cristo, com o arrependimento e confissão de nossos pecados Ele quer nos perdoar!
Com esta descoberta Martim Lutero entrou em choque com a pregação da Igreja Católica, pois ela ensinava a prática de boas obras e a venda de indulgências (cartas assinadas pelo papa Leão X, que eram vendidas às pessoas) como caminho para conquistar o perdão e salvação de Deus.
Lutero percebeu que a Igreja estava se afastando dos ensinamentos de Jesus e afirmou que as indulgências eram um meio de comercializar o perdão de Deus e oferecer uma falsa garantia de salvação. Com isso, foi elaborada por Lutero 95 teses (afirmações que defendem ou questionam uma ideia ou modo de agir) propondo uma grande reforma na Igreja.
No dia 31 de outubro de 1517, ele pregou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg as 95 teses. Esta data é considerada como início da Igreja Luterana, porém, temos que destacar que o objetivo de Lutero não era fundar uma nova Igreja, mas apontar para as práticas não condizentes com a Bíblia.
Mais tarde, mesmo sendo excomungado (expulso definitivamente do convívio da Igreja) as teses rapidamente se espalharam por toda a Alemanha. Lutero permaneceu refugiado por dez meses no castelo de Wartburgo. Nesse tempo, ele traduziu o Novo Testamento para a língua alemã. Com isso, tornou a Bíblia acessível para o povo. A primeira tradução completa da Bíblia foi publicada em 1534.
Mensagem da Presidência para o Dia da Reforma 2019:
“O justo viverá por fé”
Justificação é a justiça que Deus nos dá. Esta oferta de Deus acontece sem merecimento da nossa parte. Pelos nossos méritos, nada conseguimos. É pelos méritos de Cristo que Deus perdoa e dá salvação. Quando Lutero compreendeu isto, a sua vida mudou e ele se sentiu libertado pela graça de Deus.
A doutrina da justificação foi decisiva para iniciar um movimento que chamamos de Reforma Luterana. Com a Reforma, a Igreja passou por grande transformação. A Reforma permitiu redescobrir o Evangelho, a Boa Notícia do amor de Deus, mas também surgiram divisões e conflitos que duraram séculos.
Em outubro deste ano, celebramos 20 anos da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, assinada pela Igreja Católica e pela Federação Luterana Mundial. Assim como Lutero passou pelo sofrimento e compreendeu a justiça de Deus, as Igrejas conseguiram passar do conflito para a comunhão. Igrejas de tradição Luterana e Igreja Católica reconhecem em conjunto o amor de Deus na obra de Jesus Cristo.
Neste momento especial, lembramos que Jesus é dádiva de Deus em favor de nós. É o raio de liberdade e esperança que ilumina a escuridão. Esta luz de Cristo nos impulsiona a buscar transformação. Vamos transformar o ódio em amor. Vamos promover a paz, a justiça, o diálogo. Vamos cuidar da criação divina. Vamos procurar fazer o bem a todas as pessoas, especialmente às mais necessitadas. Que Deus nos anime a celebrar em comunhão e a viver de modo digno a justificação.
Fonte: Cledimar Becker
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