A Polícia Judiciária Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (17.03), a segunda parte da operação "Grená", para cumprimento de 267 ordens judiciais contra membros da facção criminosa denominada "Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT), que ordena diversos crimes de dentro de presídios do Estado de Mato Grosso. A facção foi criada no interior da Penitenciária Central do Estado (PCE) pelo detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido por “Sandro Louco".
Desde às 6 horas da manhã de ontem, terça-feira 17, um efetivo de 250 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães, está mobilizado para o cumprimento de 28 mandados de prisão preventiva, 35 buscas e apreensão domiciliar, e 204 intimações para interrogatórios e medidas cautelares diversas da prisão, que proíbem os investigados de uma série de situações, como o uso de telefones e aplicativos como whatssap, comparecimento periódico em juízo, recolhimento domiciliar no período noturno, manter endereço atualizado, entre outras.
O balanço dos números da operação será apresentado em entrevista coletiva, às 14h30, na sala multiuso da Secretaria de Estado de Segurança Púbica, com a presença dos delegados da operação, diretores da PJC e secretários da Segurança Pública.
Os mandados de prisão são cumpridos contra 12 pessoas em liberdade, sendo 11 em Cuiabá e 1 Várzea Grande, e dentro de unidades prisionais. São 11 detentos da Penitenciária Central do Estado, 3 no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), 1 no Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul, e 1 no Sistema Penitenciário de Minas Gerais, com prisão preventiva decretadas. As buscas aconteceram em 35 pontos de Cuiabá, Várzea Grande e Cáceres.
Outros 204 pessoas, sendo 127 detentos, serão interrogados dentro de unidades prisionais de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Mirassol D'Oeste, e 77 pessoas em liberdade serão conduzidas à delegacias da Polícia Judiciária Civil e também interrogadas. São membros da facção com residências Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Vera, Tangará da Serra e Cáceres. Todos os 204 investigados, dentro e fora da prisão, terão medidas cautelares restritivas cumpridas.
Os suspeitos com ordens judiciais decretadas pela Vara Especializada do Crime Organizado são pessoas "batizadas" pela organização criminosa CV-MT e constam como filiados em ficha cadastral elaborada pela facção de seus membros.
A identificação dos membros ocorreu na continuidade das investigações conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE), e a Diretoria de Inteligência, da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, que apuram o envolvimento da facção em crimes já identificados como o tráfico de drogas, roubos, furtos, estelionatos, apologia ao crime, homicídios, latrocínio e explosões de caixas eletrônicos na região metropolitana de Mato Grosso e no interior do Estado.
Para o delegado da DRE, Juliano Silva de Carvalho, que coordena a operação junto com o delegado do GCCO, Flávio Henrique Stringueta, a adesão em uma facção criminosa deixa clara a intenção de obter "vantagem de qualquer natureza", seja simplesmente para se beneficiar de proteção e/ou tratamento diferenciado entre os presos dentro do Sistema Prisional. "Isso já seria motivo suficiente para superarmos mais esse requisito e amoldarmos o CV-MT como 'organização criminosa', segundo os ditames da lei 12.850/2013, que trata do crime organizado", destaca.
Na primeira fase da operação Grená, deflagrada no dia 30 de abril de 2014, a Justiça decretou 41 mandados de prisão contra integrantes e colaboradores da facção criminosa. A operação ainda realizou buscas em 12 endereços de pessoas ligadas à organização criminosa.
Na ocasião, sete membros da facção chegaram a ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima, de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte, mas em fevereiro de 2015 retornaram para presídios de Mato Grosso.
A segunda fase da operação "Grená" tem a coordenação geral da Diretoria de Atividades Especiais, e é comandadas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública (Defaz), Diretoria de Inteligência e apoio das delegacias da Diretoria Metropolitana, delegacia da Diretoria do Interior e Gerência de Operações Especiais (GOE).
A operação integra o plano estratégico da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), para enfrentamento da criminalidade nos primeiros 100 dias de 2015.
Fonte: Mutum Notícias
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