Policial que matou ladrão terá muitas explicações a dar na investigação

PRIMAVERA DO LESTE | 29/05/2014 - 07:50:47

É melhor que morra o ladrão ou a vítima dele? É melhor chorar a mãe do ladrão ou a mãe do inocente morto por ele? Nenhuma das respostas é melhor. Melhor é não ter delinquência. 

Porém, “como não estamos na França”, nossa realidade é - e vai continuar - bandido matando inocente e policial, às vezes, matando bandido. Agora; se for para chorar, que chore a mãe do bandido. Afinal, cabia ela e ao pai uma boa educação e eles não deram. Falharam!

E nós, a sociedade? Assistimos.! Ficamos sabendo. Ou pior, ficamos “felizes” com fatos como o ocorrido nesta quarta, 28: um policial matou um bandido de 22 anos. O rapaz, de cara limpa, entrou numa lanchonete e fez um assalto. Entre os clientes, um policial militar. Resultado: o bandido levou a pior.

Querem saber de uma coisa? O policial, ao defender a “sociedade”, neste caso, nada ganhou. Perdeu! Apesar de todos nós nos sentirmos vingados pela atitude heroica do mesmo.

Como houve o roubo será aberto um inquérito policial, pela Polícia Civil. Neste inquérito o policial será ouvido também, já que houve a morte do ladrão. Concluído, o delegado envia para a Justiça. Ai, o inquérito e o relatório do delegado, vão para o Ministério  Público. O promotor, pode requerer mais provas, mais depoimentos, ou não. Pode pedir que se investigue com mais detalhes a atitude do policial. etc. Depois disso, o promotor pode denunciar o policial e levá-lo, inclusive a júri popular, se entender que houve excesso. O promotor pode pedir o arquivamento também. Durante todo esse tempo, imagina como fica a cabeça desse policial. 

E tem mais. Perante a Polícia Militar, instituição a que pertence, também terá que dar muitas explicações.

Se é muito constrangedor para o policial que, em defesa da sociedade, mata um ladrão praticando o roubo e que ainda ameaça de atirar contra ele, etc.; por outro lado, é necessário que a atitude do mesmo passe por investigação criteriosa; pois, do contrário, estaríamos passando para o policial a função de “justiceiro.” 

Então, somente depois de apurado os fatos é que o policial poderá estar livre de explicações, etc. do seu ato. Enquanto isso: “muita dor de cabeça para o mesmo.”
E tem outra coisa que cabe somente a ele. Antes de dizer quero fazer uma pergunta para você leitor: você já atropelou um cachorro que, do nada cruzou na frente do seu carro e você não teve o que fazer? Como se sentiu depois disso? Agora, imagina o policial que podia ou não disparar, mesmo correndo risco de morrer; mas, no final das conta, ele escolheu puxar o gatilho. Matou um ser humano! 

‘Ah, mas ele é policial’, deve responder o leitor. Respondo também: Ah, mas ele é um ser humano como cada um de nós.
No ano passado mataram um bandido chamado Satanás, na quarta quem morreu foi o ladrão John Lenon. Assim, em Primavera foram mortos o capeta  e o músico.

Fonte: Jaqueline Hatamoto Clique F5