Um desvio de quase R$ 23 milhões de uma cooperativa de açúcar e etanol foi descoberto pela Polícia Civil em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá. Segundo as investigações, o ex-gerente financeiro da empresa teria comandado o esquema entre 2011 até junho de 2017. O enriquecimento financeiro do gerente chamou a atenção dos diretores da empresa, que fizeram uma auditoria e descobriram a fraude, comprovada pela Polícia Civil.
A cooperativa disse ao G1 que acompanha a investigação e aguarda a apuração do inquérito policial.
De acordo com o delegado Adil Pinheiro de Paula, o ex-gerente da cooperativa, identificado como Nivaldo Francisco Rodrigues, foi interrogado e negou os crimes. No entanto, outras pessoas que tinham envolvimento confirmaram o esquema à Polícia Civil. O G1 não localizou o advogado de Nilvado, que atua como contador.
A cooperativa tem 46 cooperados, divididos em 19 famílias, sendo quase a totalidade dessas famílias residentes Campo Novo do Parecis. A empresa é uma das principais geradoras de renda e emprego da cidade.
“Ele [Nivaldo] conseguia desviar por meio de empresas de fachada, com notas falsas contra a cooperativa. Como ele tinha uma autonomia para fazer as ordens de pagamento, conseguia fazer esses desvios, como principal operador do esquema”, disse o delegado ao G1.
O ex-gerente teve todos os bens bloqueados pela Justiça de Mato Grosso. O inquérito apura crimes de furto qualificado pelo abuso de confiança e mediante fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O esquema teria sido cometido por uma associação criminosa que se formou dentro da empresa por empregados e comparsas da cooperativa.
“Esse cidadão teve um acréscimo patrimonial reluzente que chamou a atenção dos diretores. A empresa fez uma auditoria que levantou a possibilidade dos desvios, o que foi comprovado. Ele adquiriu muitos imóveis de alto padrão, inclusive fazendas”, detalhou Adil.
No último dia 17 de julho, o delegado da Polícia Judiciária Civil, Adil Pinheiro de Paula, representou pela prisão preventiva do suspeito, indisponibilidade dos bens e recursos, quebra de sigilo financeiro, fiscal e bancário de Nivaldo Francisco Rodrigues e sua esposa, A.R.D.R.
O bloqueio de bens foi decretado no dia 21 de julho pela juíza Claúdia Anffe Nunes da Cunha. A Justiça concedeu o bloqueio dos bens, a quebra de sigilo financeiro, fiscal e bancário dos investigados. Foram bloqueados 15 imóveis em Campo Novo dos Parecis, além de outros sete bens localizados em Juína, Cuiabá e Paraná. Também foram bloqueados recursos financeiros, automóveis e gados.
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do ex-gerente, porém, a magistrada aplicou medidas cautelares por meio de tornozeleira eletrônica. Documentos foram apreendidos e comprovaram, conforme a polícia, o enriquecimento ilícito do ex-gerente financeiro da cooperativa. A documentação será periciada. As investigações seguem em sigilo decretado pela Justiça.
Fonte: G1 MT
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