Lama que vazou de barragens em MG chega ao ES e faz estragos

Baixo Guandu foi o primeiro município a cortar o fornecimento de água

BRASIL | 18/11/2015 - 09:09:52

A enxurrada de lama contaminada da mineradora Samarco, empresa da Vale e da BHP, já chegou ao Espírito Santo fazendo estragos. O primeiro município a cortar o fornecimento de água foi Baixo Guandu. Em Governador Valadares, Minas Gerais, o abastecimento foi retomado.

Aos poucos a água volta a aparecer nas torneiras em Governador Valadares. O fornecimento de água foi retomado depois de quase uma semana. A companhia de águas do município está usando um reagente chamado acácia negra. O produto separa a lama da água, que depois é tratada e chega às casas em condições adequadas para o consumo. De acordo com a empresa, sem riscos para a população.

“Pode beber, pode cozinhar, pode gargarejar, só não pode desperdiçar. Está saindo uma água clarinha, lembrando que as primeiras águas que chegam vão limpando as redes, vai caindo na caixa d´água que estava vazia, pode apresentar um aspecto diferente. Mas com o tempo é só deixar a torneira aberta que vai corrigindo, vai clareando e a água vai chegando à sua normalidade”, afirma o presidente do Serviço de água e Esgoto, Omir Quintino.

Na cidade de Baixo Guandu, no Espírito Santo, essa alternativa ainda não foi testada. E nesta segunda-feira (16), assim que a água começou a ficar mais barrenta, a prefeitura parou de captar a água do Rio Doce.

“Suspender para dar tranquilidade à população em razão dos dejetos que foram despejados na água e também para garantir saúde, para entregar uma água de qualidade ”, afirma o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros.

O Rio Guandu é bem menor que o Rio Doce, mas também passa perto da cidade. E como ele não tem nenhum sinal de lama, será usado para abastecer todo município.

A cidade de Baixo Guandu foi a primeira cidade do Espírito Santo a suspender a captação de água do Rio Doce. Mas não será a única. O Rio Doce segue seu curso e vai chegar à cidade de Colatina, onde vivem 122 mil pessoas e lá não tem nenhum outro rio por perto para abastecer a população.

Por isso a solução é cavar poços; são seis. A água do subsolo vai direto para a estação de tratamento. Depois pode ser transportada por caminhões-pipa e ficar armazenada em reservatórios. Cada um tem capacidade de 100 mil litros. Cem homens do exército vão cuidar da distribuição da água para os cidadãos. É o esquema montado para diminuir os impactos da lama que está deixando o Rio Doce irreconhecível até para quem sempre viveu perto dele.

Fonte: G1/ Bom dia Brasil