O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, acredita que o recurso de R$ 300 milhões para a realização de leilões do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) de algodão é bem vindo, no entanto é inferior ao valor julgado necessário pelo setor. O valor foi anunciado pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, na quinta-feira (4).
“Nós já vínhamos conversando com o ministério e nossa demanda inicial era de R$ 450 milhões para atender à comercialização de 1 milhão de toneladas de fibra de algodão”, diz Pinesso. Segundo ele, o setor conta com esse valor para resolver a situação de lenta comercialização que se apresenta nesta safra. “Aguardamos que o restante seja liberado. O Ministério promete complementar esse valor mais à frente.”
O presidente informa que os leilões atenderão principalmente os produtores dos estados de Mato Grosso, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí e Maranhão.
No ano passado, não foram realizados leilões de Pepro de algodão. “Faz muitos anos que não precisávamos deste suporte do governo para a comercialização, mas com a conjuntura internacional onde os preços na bolsa de Nova Iorque caíram muito, se não tivéssemos esse apoio, a safra estaria inviabilizada, pois mesmo o preço mínimo de R$ 54,90 por arroba está abaixo do custo de produção”, afirma.
De acordo com o boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgado nesta segunda (8), a cotação média da arroba da fibra na semana passada foi de R$ 51,78 no estado, sendo que no ano passado, nesta mesma semana, a arroba alcançou uma média de R$ 66,55.
O instituto estima ainda que a comercialização para setembro seja de 69% do volume de mais de 967 mil toneladas produzidos pelo estado na safra 13/14, um atraso de 1,87 pontos percentuais com relação ao volume vendido em setembro de 2013.
O custo de produção calculado pelo Imea para a próxima safra deve ser de R$ 6.486,35 por hectare, 3% maior que o custo de produção da safra 13/14, que foi de R$ 6.290,48 (Imea/outubro 2013).
Diante dos preços baixos pagos pela arroba da fibra e da lenta comercialização, o cenário é desestimulador para o setor na próxima safra. Pinesso informa que os produtores falam em uma redução de 12% da área nacional cultivada com algodão. “Nesta safra que terminou, foram produzidas 1,7 milhão de toneladas de fibra no país. Com essa redução, a produção deve ficar abaixo de 1 milhão de toneladas para a safra 14/15”, conclui.
Fonte: G1 Agrodebate
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